NOTA OFICIAL DO CORINTHIANS DIVULGADA EM 21 DE JUNHO DE 2024, UM DIA APÓS A MORTE DE CÉSAR 5i532v
O ex-jogador atuou pelo Alvinegro no início da década de 1980, mais precisamente em 1981 e 1982, e fez 58 jogos (56 oficiais) com a camisa do Coringão. Atuou ao lado de grandes ídolos da nossa história, como Sócrates, Zenon, Wladimir, entre outros e foi comandado por Osvaldo Brandão.
No dia 4 de novembro de 2018, César participou do Domingo Esportivo Bandeirantes, com Milton Neves. Confira a íntegra da entrevista abaixo:
Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo
Um jogo de futebol pode marcar a carreira de um atleta para o bem e para o mal. No caso de um goleiro em especial, uma partida significou a decadência de sua carreira no Corinthians. Trata-se de Carlos César de Oliveira que defendeu o clube paulista por um ano e desapareceu do clube após uma falha.
A tal falha aconteceu na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1982, contra o Grêmio. César se atrapalhou em uma defesa (assista acima) e o bandeirinha marcou um dos dois gols do rival no jogo decisivo (2 a 1 Grêmio). A bola não teria ado a linha do gol. A partir do lance duvidoso, o goleiro nunca mais atuou pelo Corinthians, ou por clubes menores até ver sua carreira acabar. Hoje o ex-goleiro vende lanches em uma praia de Maceió.
César conversou com o UOL Esporte sobre como viveu o auge e a queda de sua carreira no Corinthians graças àquele jogo e como o desânimo com o futebol da época o fez deixar os gramados e seguir caminho totalmente diferente – primeiro em um restaurante e depois na praia, onde vende lanches e ganha R$2mil por mês ao lado da mulher Maria.
"O dinheiro dá para quebrar o galho. Tinha um carro e vendi, preciso fazer cirurgia no dente. Mas eu me desliguei do futebol não porque não queria mais, mas porque o restaurante foi o mais próximo que eu fui chegando. Depois dos clubes em São Paulo, eu estive no Asa, depois no Flamengo do Piauí, voltei para o CRB. No CRB eu recebia um mês e o outro mês ava 45 dias para conseguir receber. Aí fui me desinteressando me desencantando e parti para outra coisa e estou até hoje", contou.
O goleiro César chegou ao Corinthians em um pacotão de 25 jogadores e conseguiu ser titular da equipe na campanha da Taça de Prata de 1982, que levou o clube de volta à disputa da primeira divisão do nacional no mesmo ano, sendo titular durante o campeonato Brasileiro até a eliminação corintiana contra o Grêmio.
O fatídico jogo contra o Grêmio ainda está vivo na memória do goleiro. "Nós perdemos por 2 a 1 no Morumbi e depois no Sul perdemos por 3 a 1. Quando o Paulo Roberto chutou a bola, eu fui fazer a defesa como eu sempre fazia. Eu fui pegar direto a bola, aí ela ou no meio da minha mão e pegou na minha cabeça. Em câmera lenta dá pra ver. A bola perdeu força e por isso que eu digo até hoje que a bola não entrou", relembra César.
O ex-goleiro conta que o lance foi validado pelo bandeirinha Wilson Carlos dos Santos, que estava longe da linha do gol para ver se a bola realmente tinha entrado, mas que correu para o meio do campo mostrando que o gol gremista havia acontecido. "O árbitro Luiz Carlos Félix no intervalo do jogo disse: negão eu só corri porque ele (assistente) correu. O jogo correu e eu tive até uma boa participação, eu não fiquei nervoso no restante do jogo".
Depois da semifinal o Corinthians acabou eliminado pelo Grêmio e César não voltou mais ao time. Tirou férias e acabou emprestado para o Juventus. Quando retornou, já não tinha mais espaço e terminou a carreira no CRB, de Alagoas.
"Eu achei até injusto pelo que fiz. Naquele momento o clube devia preservar seu patrimônio, eu era o jogador do clube, o clube que me contratou, comprou que investiu. Naquela época era até descartável, errou estava fora do jogo. Quando vencíamos o pessoal ia me buscar no meio de campo, renovaram meu contrato e me adiantaram dinheiro para comprar um carro novo depois que o meu foi roubado, mas por causa desse gol, ficou um negócio descartável. Faltou o clube ter me dado uma força", comentou.
Mesmo com 1,75m de altura, baixo para um goleiro, César garante que tinha a confiança do elenco de peso corintiano composto por nomes como Sócrates, Casagrande e Biro Biro. O ex-jogador acredita que a falha contra o Grêmio não atrapalhou isso.
"Eles (jogadores) já tinham uma confiança tão grande em mim. Os meus companheiros não correram para cima de mim, porque eles sabiam da tranquilidade tanto do pessoal de zaga como por mim", completou.
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Em sua agem pelo Timão, entre 1981 e 1982, César atuou em 58 jogos (26 vitórias, 20 empates, 12 derrotas) e sofreu 55 gols, números que estão no "Almanaque do Corinthians", de Celso Dario Unzelte.
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